Retrato do mundo
Quantos sonhos,
Tantas vidas,
Tantas folhas,
Espalhadas pelo tempo.
Tantos gestos
E promessas,
Quantos fins,
Sem início e sem um meio,
De aprender a perdoar,
De mostrar que é diferente,
E que o mundo ainda tem gente
Que batalha pela vida.
Sociedade tão descrente;
De uma aura revestida.
Pensamento tão mesquinho,
Não se importa com a partida,
Nem reparte o pão e o vinho.
Despedaça o pão, e não come.
Entorna o vinho, e não bebe.
Então, no retrato do irmão,
Se desenha o inimigo,
Sujando a semelhança de Deus,
Manchando os ensinamentos seus.