TUDO TEM UM SENTIDO!
Meu pote de vida imaginava tão cheio!
Repleto de grandes conquistas morais,
com troféus reluzentes das batalhas do meio,
disputadas aos tapas com infames rivais.
Tantas provas de força me marcaram à ferro,
esculpindo a carne no mais bruto cristal.
Fiz-me dura, admito, mas ainda choro se erro,
me forçando a rever o desfecho final.
Idealizo amores aprisionando-os, possessiva,
em poemas germinados nas minhas verdades,
onde amantes subvertem uma história passiva,
mitigando os hipócritas e seus reativos alardes.
No respeito aos limites da reinante moral,
a paixão alimento na frugalidade das rimas.
E essa intensa entrega é a prova cabal,
de que plena é a verdade que a alma assina.
Meu pote de vida imaginava tão cheio...
Até bem pouco minha vida assim seguiria,
se você não tivesse me imposto um freio,
duvidando que as histórias sejam só fantasia.
Agora entendo a lição que irá para o pote,
reivindicada por ti no papel que te coube:
Decretar meus anseios a uma pena de morte,
é temer que a pureza o espírito lhe roube.