Meus olhos.
Os olhos que tenho são frágeis,
Constrangidos pelo medo.
Transformam a fotografia,
Na percepção de um enredo.
Os olhos que tenho são lentes,
Esbranquiçadas pelo tempo.
Não distinguem o anjo do monstro,
Nem percebem o encantamento.
Os olhos que tenho não servem,
Para desvendar um segredo.
Capturam a “realidade”
Sob o jugo do que percebo.
Os olhos que tenho,
Não são olhos que veem.
São lentes que captam
Os delírios que anseio.