A VIDA AO SABOR DOS VENTOS

A VIDA AO SABOR DOS VENTOS

A vida nos leva por caminhos tais,

Que não reconhecendo o nosso trajeto,

Ficamos tal qual barco à deriva,

Sem rumo e ao sabor dos ventos.

E nesse vai e vem,

Nos altos e baixos da maré,

Reencontramos quem era conhecido,

E por, sabe-se lá, o porquê?

Deparamo-nos com o estranho.

O desconhecido, o velado...

Pois uma névoa paira,

Entre o que era e o que é.

Não deixando ver a mentira ou a verdade.

E na inocência de quem julgava ser,

Deparo-me com a interrogação do que sou,

Onde estou o que sei e quem são,

Os fantasmas velados.

O que mudou enquanto vivi e eu não percebi?

Meus olhos, parados, fitaram o infinito,

E me perdi nos sonhos sonhados,

Comigo, contigo, com todos que conheci.

O concreto, o palpável, o saber,

Ainda existem para mim,

Mas não situo no mundo que vivo,

A aplicação do que aprendi.

Os que foram não voltam,

Se voltam não os conheço,

Se ficam não os alcanço,

Se os alcanço não sinto o toque,

E no toque tudo se desfaz.

O barco segue ao léu,

Sem rumo, ao sabor do vento,

Apenas a maré que muda...

Mais alto, mais alto!

E na baixa, leva meus sonhos,

E tudo que me faz feliz!

Irani Martins

21/03/2013

Irani Martins
Enviado por Irani Martins em 09/12/2015
Código do texto: T5475251
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