PÁGINAS VIRADAS
O sol brinca no tapete da sala.
E meus olhos se distraem
No encanto destas horas.
O meu estro, então, se alastra
Em sonhos de doces mantras:
Nos arrebóis carmesins,
Nos crepúsculos de saudade
E nos remansos das estrelas,
Onde fluem momentos findos
De amores postergados.
Na imensidão dos sentidos,
Vem-me à mente, agora apaziguada,
As páginas viradas do livro da memória.
Numa atmosfera gélida e triste,
Trago resquícios de nostalgia alada
E a consciência de ter amado
Sem ter percebido o amor.
Assim, manuseando a saudade em afasia,
Tenho, hoje, as mãos vazias.
Antenor Rosalino
Agradeço penhoradamente à poetisa
Simplesmente Romântica, pela interação
abaixo, que muito me honra.
DOCES MEMÓRIAS
Aos olhos cansados, páginas revirantes
Do imenso livro da memória, rolando,
Rolando, ao sabor do tempo e em instantes
Me dou conta, a vida se foi por encanto...
E agora, entre cantos e desencantos
Observo minhas mãos, tão vazias!
Não conseguiram reter sonhos, tantos
Que, incompreendidos, se tornaram afasias...
Vislumbro, no brincar do sol no tapete da sala,
A mesma sala hoje, que já foi de outrora
Porque cenas assim, se repetem por escala,
Entre sonhos, arrebóis e crepúsculos de saudade
Momentos de nostalgia que seguem a aurora
No recordar amores idos, adiados, pura maldade!
Simplesmente Romântica