Mar de Minutos
Neste tempo tão extenso,
As injúrias matam.
As árvores desfalecem.
E as batidas do silêncio contraídas em teu peito,
Contam os segundos para a doce morte.
O velório inesperado do minuto,
As promessas que a pouco passaram,
O beijo que há anos secou nos lábios.
Tudo corre sem ao menos se despedir,
Nem tão pouco abandonar a condição do imóvel.
Tudo corre sem erguer meu eu,
De seu lugar no mínimo intocável.
Ainda é hoje, equivocadamente,
Por infeliz coincidência, inda é o agora.
Porém agora que já passara
No suor ao frio congelado,
À correnteza catastrófica do mar de minutos.
Este tempo que faz do presente inexistente,
Que torna o minuto ,em contrapartida, eterno.
Que mata os cabelos negros da Lua,
Que afaga o sorriso no rosto,
E sopra a cada 60 segundos,
levando contigo
Os momentos que nem ao menos chegaram.