DIVAGAR
DIVAGAR 011.114
Proponde-vos a manipular as palavras
e vereis que não fareis delas vossas escravas
mas serão elas que vos farão seus servos:
ajudam, confundem ou tensionam vossos nervos.
Começai devagar e podereis já divagar calmamente
sobre temas obscuros aos recônditos cantos do coração.
Candidamente, da mente demente jactância se evade
e ocorre então que vossa paciência corre, sem corrente
que a prenda, ao horizonte, atrás de palpável ilusão
de tudo poder fazer e nota ser isso pseudo-inverdade!
Vossa paciência volta ao silêncio, meditando
com mente calma e a semente clara do nefando
furor não germina; geme forte, de vez em quando,
a voz da pressa, unida ao medo - Que belo bando!
Com essas asas não podeis voar por altas plagas,
não estais treinados, equipados, não sois astronautas
porém isto não vos impede de ligar vossos motrores
e de descer ao chão para abastecer vossos tanques
de combustíveis serenos, de elevadíssimos teores
de inspiração e amor: As palavras jamais são estanques....
Tito Vernaglia, no primeiro dia de novembro de 2014