DIA DO POETA.
(José Ribeiro de Oliveira)
Como pode haver dia para o poeta? Seria inverter a ordem natural das coisas. Ora, é o poeta um criador, e como tal, a ordem das coisas não podem discipliná-lo, ele a manipula com doses dos ingredientes da vida. Dá alma, sentido e emoção aos dias, tornando-os, humanizados, "vivíveis". O poeta adocica a vida, retirando, com sua arte, o doce das angustias e das amarguras que se vivencia, para extrair de tudo um sentido e um motivo pra viver. O poeta é um ser semelhante à natureza. Deus fez a natureza e a dotou do poder supremo de desenvolver-se com o esplendor de si mesma, num processo evolutivo, sobre tudo o que mais fosse preciso. Da mesma forma fez o poeta, com a inspiração e a magia de das sentido à própria vida, animando-a e enfeitando-a de todos os motivos que justificariam a própria vida. Por fim, disse Deus" vai poeta, a vida está criada, dê a ela um sentido". Feliz dia do Poeta.
SOU POETA, SÓ POETA
(José Ribeiro de Oliveira)
Sou poeta, só poeta
Sei somente o que os outros
Não preferem nem saber
O que vejo não é útil
Pois muitos nem querem ver
As coisas que me alimentam
Mata qualquer um de fome
E só poeta não morre
Ora, poeta nem come
Deus assim fez o poeta
De imaginação fecunda
Pra com Ele competir
E o que Ele não fez, se funda
Poeta não tem limite
A poesia é assim
O sol nasce na madrugada
Só para encontrar a lua
Roubo os anéis de saturno
Pra agradar a alma tua
Te dou o céu e a terra
As estrelas mais bonitas
Faço chover no caminho
Chuva de flores, meu bem
E depois um sol radiante
Virá queimar teu semblante
Te juro que por um instante
O paraíso te dou também
Se for ainda preciso
Voaremos pelos céus
Entre nuvens de flores
Cheirosas com muitas cores
Somente pra te provar
O meu amor infinito
E Deus ouvirá meu grito
Quando disser te amo
E todo o amor do mundo
Eu te prometo, por fim
Sou poeta, só poeta
Tudo é possível pra mim.