RESTOS DIURNOS


Vêm em noites que não quero
Estes restos diurnos insensatos,
Como folhetins detalhando minha vida,
Requerendo fatos.

Queria apenas sonhos compensatórios,
Mas a beira da irrealidade me deixa incapaz,
Estas mãos atadas, apenas relatórios,
Não me deixam só, não me deixa em paz.

Tento expulsar os desgastes da vida,
Mas estes restos diurnos não me completa,
Como se impregnado e insólito,
Retém minha alma, minha vida, incerta.

Quero restos premonitórios,
Refazer meus caminhos,
Antever meus desejos,
Sem reprimir, sem disfarce,
Do eu sozinho.