AS DUAS FACES DA PORRADA.
Quando nasci, recebi porrada na bunda.
Tudo bem, foi para respirar.
Na infância, recebia porrada na bochecha.
Tudo bem, era para me acarinhar.
Na adolescência, recebia porrada no ombro.
Tudo bem, era pra me alertar.
Na juventude, recebia porrada no coração.
Tudo bem, era pra me ensinar.
Na maturidade, recebia porrada na cabeça.
Tudo bem, era para me avisar.
Na velhice, recebia porrada na cara.
Tudo bem, era pra me preparar.
Hoje recebo porrada na alma.
Tudo bem, é para me reparar.