O Dia N

Não se vive nas montanhas,

Assim como na Lua.

Desejar o que é distante,

Não cabe nas mãos.

Nada ter, é ser leve.

Livre em direção ao nada,

Ao vento sul que gela a alma.

Desejo o nada, o tédio, as estrelas.

O brilho pode ferir como navalha,

A escuridão: o próximo passo.

Viver e não viver, assim os dias passam,

Até o nada chegar.

Seremos todos iguais aos dias.

A espera das horas incertas do amanhã.