O BARULHO DAS CARROÇAS

Uma carroça carregada

Deixando sulcos no chão

Nas marcas assinaladas

Em toda sua extensão

Vai rodando silenciosa

Embora siga devagar

Com sua carga preciosa

Nenhum espaço a sobrar

Pois nela tudo está ocupado

De uma forma organizada

Pra evitar que um balançado

Provoque ruídos no ar.

Já uma carroça vazia

Sem ter nada a ocupar

Faz barulho em demasia

De longe se está a escutar

Não está conduzindo nada

Mas faz grande estardalhaço

É como folhas na estrada

Que o vento leva pro espaço

Sem ter um destino certo

Sem saber aonde chegar

Como palavras no deserto

Que ninguém vai escutar.

Assim é a cabeça das pessoas

Comparada às carroças

Quando cheias de coisas boas

Só falam a quem interessar possa

Pois fazem valer a velha regra

Que é muito mais que um tesouro

Onde o falar vale prata,

Mas o escutar vale ouro.

E quem não tem conteúdo

Igual às carroças vazias,

Fazem barulho demais

E falam em demasia,

E por falta de conteúdo,

Agridem sem ter razão

Melhor se quedassem mudos

São dignos de compaixão!

Ilha Solteira/SP

21/06/2014 – 17:57h

Daniel L Oliveira
Enviado por Daniel L Oliveira em 21/06/2014
Código do texto: T4853494
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