O BARULHO DAS CARROÇAS
Uma carroça carregada
Deixando sulcos no chão
Nas marcas assinaladas
Em toda sua extensão
Vai rodando silenciosa
Embora siga devagar
Com sua carga preciosa
Nenhum espaço a sobrar
Pois nela tudo está ocupado
De uma forma organizada
Pra evitar que um balançado
Provoque ruídos no ar.
Já uma carroça vazia
Sem ter nada a ocupar
Faz barulho em demasia
De longe se está a escutar
Não está conduzindo nada
Mas faz grande estardalhaço
É como folhas na estrada
Que o vento leva pro espaço
Sem ter um destino certo
Sem saber aonde chegar
Como palavras no deserto
Que ninguém vai escutar.
Assim é a cabeça das pessoas
Comparada às carroças
Quando cheias de coisas boas
Só falam a quem interessar possa
Pois fazem valer a velha regra
Que é muito mais que um tesouro
Onde o falar vale prata,
Mas o escutar vale ouro.
E quem não tem conteúdo
Igual às carroças vazias,
Fazem barulho demais
E falam em demasia,
E por falta de conteúdo,
Agridem sem ter razão
Melhor se quedassem mudos
São dignos de compaixão!
Ilha Solteira/SP
21/06/2014 – 17:57h