No meu quarto

No meu quarto haviam coisas espalhadas,

gavetas reviradas, lenços e toalhas.

Eram coisas banais, organismos sem mais,

e no meio de tudo isso, tinha eu,

e comigo havia a saudade que encostei num móvel velho.

No meu quarto eu era tudo, fui herói e fui bandido,

fui de rei a plebeu, e foi tão rápido que nem deu,

pra mostrar por ai minha majestade.

Nossa, que complexo de vaidade esse meu.

Dentro dele seu modo lacônico de viver não é bem vindo,

e deste jeito eu até que vou indo,

todavia ainda tropeço, mas não desanimo.