Um livro como Arma
Quem não trabalha não tem casa
A politica e os vagabundos
A rua, um canto do mundo...
A condição da alma é a luta pela sua existência. Seu corpo como sua morada.
Dormimos ao lado da avenida do Estado
Ouvindo carros, somos concretistas
Pietistas, quem correm a trás das sirenes
( Eu buzino logo existo... )
O mundo não foi feito para os mendigos.
Que a sociedade, passe como um cego que caminha no abismo.
O mundo sem miséria é a imaginação das crianças
De um individuo eleito sujeito de suas possibilidades, tendo a vida como seu único bem, sua dignidade operante.
O que eu não sabia é que havia mendigos poetas na rua...
Penso como o segundo da porta do metro que se abre
Escrevo como um homem deitado no colchão no viaduto
Perante aos bancos no terminal do ônibus dos surdos
Sou apenas um transeunte no liminar do interdito.
A poesia é uma arma contra as misérias do corpo
É preciso armar a população, um livro como arma!
O corpo esse carro, precisa de sonhos pra viajar
E o homem esse animal tem fome
Ele quer ser, falar, escrever, dançar e voar.
( Poeta das Almas )
De Fernando Henrique Santos Sanches