O ADORMERCER DA POESIA

A poesia adormece lânguida na alma do poeta.

Mas isso o faz insone no transcorrer das breves horas

Em que a nostalgia se avulta e acarreta

O eflúvio dos versos em sonolência mórbida.

A exaustão presente nas noites e dias,

As tentativas das buscas e a inquietação latente

Traz no silêncio a inspiração, às vezes, fugidia.

E há vazios que o permeiam como estrelas cadentes.

Centelhas hipnóticas da clara luz do plenilúnio

Misturando-se com soturnos hiatos obscuros

Levam-me a perguntar por que se esconde o que o sentir traduz.

Estariam os versos aprisionados em pesadelos e infortúnios?

Ou estaria a sensibilidade esperando o momento rútilo

Para cristalizar-se na poesia da natureza que reluz diamantina?

Antenor Rosalino
Enviado por Antenor Rosalino em 08/02/2014
Reeditado em 08/02/2014
Código do texto: T4683058
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