Aspiração Poética
Queria, ao rabiscar de uma esferográfica,
Pintar o mundo e suas luzes lindas
o infinito do belo em precisão gráfica
a precisão métrica a cada cor infinda
Mas sou nesse mundo um poeta transgenerado
que não nasceu, mas se fez poeta
que elevou a alma a uma alvura concreta
e esqueceu que poetas caminham semi-desalmados
Queria ser como qualquer um desses seres
que da água exprimem o vinho, e calados
e sem esforço, contemplam o afã da criação
E usam mil palavras difíceis sem frustração,
E caminham como se fossem alados
Atravessando a razão, colhendo a verdade
E tudo isso, tudo, mesmo não sendo amados.