Parem esse mundo que eu quero descer
Enfado, canseira é só o que eu sou
A loucura, o frenesi do capitalismo tomou conta de mim
Não consigo mais ter paz
Falando nisso,
Onde está aquela paz, aquele sossego e calma que tive outrora?
Não faço ideia.
Não sei nem quando me abandonaram
Ou se fui eu quem os deixou.
Angústia inexplicável, uma agonia incontrolável toma conta de mim.
Uma vontade louca de gritar invade meu ser
Um grito sufocado e sufocante anda sempre preso à minha garganta
E eu, que tão serena era,
Tornei-me a agonia em pessoa.
Primeiro foi pelo dinheiro: precisava de grana para pagar as contas.
Depois, pela carreira profissional: precisava construir algo.
Agora já se tornou loucura: corro e recorro, me descontrolo toda
Removo céus e terra, abro mão de tudo que gostava (nem gosto mais)
Pelo trabalho mesmo, pela função que desenvolvo.
Fico me perguntando:
O que ganho com isso?
A empresa não é minha.
Não sou nem sócia.
Não ganho rios de dinheiro para isso.
Nenhum dinheiro será suficiente para eu deixar de viver
E escravizar minha vida a outro
Então, fico me perguntando:
O que ganho com isso?
Se deixo de viver uma vida que seja minha
Para enriquecer alguém que não sou eu.
Que não é um amigo meu.
Que não tem meu sangue.
Que não é uma causa nobre.
Que nem mesmo conheço,
Porque deixei minha vida de lado mesmo?
Tornei-me escrava do gosto pelo trabalho em nome de que ou de quem?
Não sei. Ainda não encontrei as respostas para essas questões.
Só sei que preciso de paz,
Da minha velha e costumeira paz de volta.
Daquela paz de criança, que eu tinha
Porque a vida de adulto é muito chata
E, como costuma dizer uma amiga minha,
Parem esse mundo que eu quero descer!
12/12/2013