HORAS MARCADAS
(Samuel da Mata)

De repente olhei o relógio, não mais se mexia
Sacudi-o, andou um pouco, parou em seguida
Assim é a pilha, assim é a idade, assim é a vida

De ouro ou bronze, belos ou feios, jazem amontoados
Seus tic-tacs ninguém mais escuta, são só passado
Não mais os entes, nem os amigos, nem aliados

Relógios velhos, repousam perdidos no esquecimento
Adornaram paredes, cingiram punhos, marcaram o tempo
Assim é a vida - morte esculpida ao sol e ao vento

Horas passadas, folhas mofadas, obras esquecidas
Prédios tombados, abandonados, paredes caídas
Assim é a memória, assim é história, assim é a vida

Cada um levando consigo o odor do que é ou que era
Seu altruísmo, caráter, cinismo e as suas misérias
Há um trono branco, justiça postada a nossa espera
Samuel da Mata
Enviado por Samuel da Mata em 18/10/2013
Reeditado em 07/09/2015
Código do texto: T4530608
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