GRITO POR IGUALDADE
GRITO POR IGUALDADE.
José Ribeiro de Oliveira
Eu não sou lá da ilha/
nem bem conheço o mar/
porque só suas tormentas/
se desviam para cá?
Quanta brisa e encanto/
esbanjando o teu céu/
mas não notas meu pranto/
que esconde o teu véu/
E os gritos que entoam/
pelo silêncio da noite/
denunciando o açoite/
não lhe chegam aos ouvidos/
urram pobres esquecidos/
já vivendo o seu morrer/
das sobras sobrevivendo/
espera, mesmo sofrendo/
um dia resplandecer/
E as lágrimas que rolam/
sob a tua indiferença/
são movidas pela força/
de uma lúcida consciência/
a resistência da áurea/
pois a alma já se foi/
esperando que um dia/
um novo olhar de esperança/
venha trazer redenção/
sem ódio e sem rancor/
resgate toda pujança/
e replante a esperança
nesse povo sofredor.