O avesso
Viro do avesso a roupa que eu visto
e olho o que eu faço com o braço quebrado
riscando sem jeito o avesso de mim
Me vejo do avesso. No avesso me faço
embaralhando as palavras e risco no mundo
um desenho rebuscado de mim
Com as palavras que eu traço
embaralho o mundo
são palavras apenas e confundem o mundo
Confundo o mundo com um brilho nos olhos
Confundo o mundo e viro do avesso
as palavras que eu traço
O avesso me toma e eu fico buscando
o caminho que eu faço quando risco no mundo
um desenho de mim
Há um mundo guardado no avesso que eu tenho
e me dou do avesso ao mundo que eu trago
dentro de mim
Busco o chão onde palmilhem meus pés
onde a roupa que eu vista me traga ao mundo
e me tire do avesso, do avesso de mim