RUMO AOS MUNDOS DO FUTURO
















 
Num futuro não distante.
Pelo espaço sideral.
Muitas naves rotineiras
Estarão a navegar.

Para outro sol iremos
Em planetas bem distantes
Onde o homem descerá

Em missão muito importante;
Equipes bem formadas,
Muitos mundos estudarão.
E estranhas formas de vida
Com certeza encontrarão.

Diplomatas espalhados
Pelo universo inteiro;
Representando a Terra
Nos mundos estrangeiros.

Talvez em outro sol,
Além da imaginação,
O homem chegará
Finalmente a conclusão.

Que não existe o fim
Deste universo imenso.
E que o fim está muito além
Do nosso pensamento.







 


 
 
 


 
                  Nota do autor:

Há exatos quarenta e sete anos quando recomecei os meus estudos no colégio estadual de Poá a diretoria do mesmo juntamente com o prefeito da cidade, vereadores e outras autoridades e patrocinadores promoveram um festival estudantil de música popular brasileira.                   
Eu e o meu amigão do peito Euridos Almeida Bio resolvemos participar inscrevendo uma música intitulada TEMPO DE GUERRA, cujo tema versava sobre a guerra do Vietnam que já durava anos com muitas vidas ceifadas.
Faltando um dia para a realização do evento fomos surpreendidos pela diretoria do colégio com a informação de que a nossa música havia sido censurada e que não poderia ser apresentada naquele festival.                  
Portanto, se quiséssemos ainda participar teríamos que apresentar outra música e nova letra. Porém com a recomendação expressa de que nela não constasse nenhum termo ou frase alusiva à política, políticos. governos, conflitos, guerras, militarismo, etc.,
O colégio era responsável pelo festival e não haveria mais tempo, uma vez que um representante da segurança pública estaria presente na hora das apresentações. E se na música constasse palavras e frases passíveis de nova censura e represália a escola assumiria os riscos e toda responsabilidade.
Terminado a aula eu e o Bio voltamos pra casa dispostos a fazer nova música e apresentar na escola até o meio do dia seguinte.
Lembro-me como se fosse agora à frase que eu e o Bio pronunciamos concomitantemente numa harmonia de pensamento extraordinária:
“Já que não podemos nos manifestar com aquilo que nos incomoda através da música, vamos falar de coisas lindas que nos engrandece. Vamos falar do nosso futuro quando não haverá tantas besteiras, censuras, represálias, etc. Vamos falar de Deus e de amor”. 
Assim compusemos RUMO AOS MUNDOS DO FUTURO com a letra com nova roupagem substituindo TEMPO DE GUERRA. Mantivemos a linha melódica exatamente igual.
É importante enfatizar que embora hoje eu não tenha mais em mãos o troféu, nos vencemos o festival. Por isso valeu a pena todo sacrifício de ter passado à noite inteira trabalhando na música.

Tendo em vista que eu e o meu amigo BIO não éramos cantores pedimos a outros amigos para fazer um vocal com a gente. Daí a razão de sucesso. Eu, vez ou outra apresento esta mesma música como uma POESIA nos saraus onde freqüentamos.
Na gravação eu cantei de forma bem experimental e primária mesmo tão somente objetivando passar a mensagem poética.