Poema - Samael

Poema - Samael

Certa vez um arcanjo

que havia sido expulso do paraíso

isolou-se em um profundo abismo

a escrever Poesias

A sua solidão

era como a morte de um buraco negro

primeiro extinguia-se toda a luz que existia em seus olhos

depois suicidava-se

na mais terrível escuridão

Nas auroras do tempo

uma jovem humana

tão bela quanto as canções angelicais

Mas tão triste

quanto ao suicídio de uma criança órfã

Se aproximou do solitário arcanjo

oferecendo a ele todo o seu amor

Durante dois dias

e duas noites

Amaram-se tão completamente

que as estrelas do universo

voltaram a brilhar

Não demorou muito

para que a escuridão voltasse a assombrar os seus corações

pois quando você passa muito tempo no abismo

a sua alma morre a cada segundo

Suas asas tornaram-se negras

e a escuridão em seu peito

afastou a única humana

capaz de amá-lo

Recluso no abismo

afogando-se em miséria

aceitou a solidão como a sua única companhia

Ela nunca foi capaz de deixa-lo

suas poesias conversavam com as suas lágrimas

E a distância em seus corações

os separavam de um amor impossível

A dor se transformou em angustia

e a tristeza em uma terrível tragédia

Ela se envenenou com as suas poesias

e ele a segurou em seus braços pela ultima vez

Existem muitas formas de morrer

mas nenhuma delas causa tanto sofrimento

quanto ao suicídio de um amor sincero

nos corações gélidos de uma alma decadente

A Culpa fez o arcanjo ir a loucura

batendo as suas asas ele viajou até o paraíso

e com as suas próprias mãos

matou todos os deuses

Caminhando descalço sobre o sangue

sagrado de cristo

enforcou com as tripas dos deuses

todos os homens

Espalhando a sua dor pelo mundo

ele se enforcou sobre o túmulo da sua amada...

- Gerson De Rodrigues

Gerson De Rodrigues
Enviado por Gerson De Rodrigues em 25/02/2019
Código do texto: T6584122
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