Corpo

Antes era um corpo.

Agora, um barco velejando e lento,

Entre dunas de um deserto

Carregando a alma de ser pequeno

Molhada no azul sereno

Ser que se permiti ser beijado em silêncio

Pela boca faminta do tempo

Que a prendeu a ninar toda a esperança ao relento

Sem lembrar que o que era um corpo

Agora cápsula guardando genes, germes e carbono

Toda uma essência desprovida de qualquer impureza

Paulo Marcos
Enviado por Paulo Marcos em 21/05/2008
Reeditado em 05/09/2010
Código do texto: T999410
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