Piscar de olhos
Olhos fechados, olhos abertos, parados e estáticos fitando o negro e inerte de um mundo de visões previsiveis
Pupilas sinônimas da escuridão externa que não transfigurava nada absolutamente
Gota de cores,todas, poesia e prosa, caia em queda livre dentro daqueles olhos
Multicolorida de todas as essências e perfumada de todos os cheiros
Chegava colorindo a pupila e Iris em velocidade alucinante, pintando o globo ocular
As cores transfiguraram tais olhos, a pele, os lábios, o toque foi de Midas
Em pouco e muito pouco todo o globo se coloria com tais cores, se perfumava de todos aromas e se enchia de poesia
Tudo em milésimos de segundo ate que sim, piscaram então os tais olhos
Tudo regressou de forma assustadora de dentro para fora, de globo para globo
Recuando todas as cores e poesias para dentro do dentro,
Absorvendo tudo a uma só explicação
A necessidade de absorver o que antes não havia foi absoluta, mas tão absoluta
Que conseguiu então consumir egoisticamente tudo aquilo que jamais veria novamente
E assim se fez o sépia em meio termo ao futuro possível e sinestésico e ao passado negro e contrastante com coisa nenhuma.
Os tais olhos jamais piscaram novamente, invertendo sua busca ao avesso do ver
Passando a observar sem enxergar, um mundo com todas as cores e sim
Olhos daltônicos mastigando suas próprias entranham buscando o obvio
Cores, perfumes, vida, mundo, verídico e real
Dentro do dentro o que buscamos invariavelmente vai estar na parte interior do que esta fora da parte em que sempre vamos procurar
isso claro, quando ao menos soubermos o que procurar...
bucar o basico é completar um mundo imenso de cores e sentimentos,
dentro de toda complexidade, tudo pode mudar sim
em um simples piscar de olhos.