O INVERSO CEGO
Tomei o meu corpo por outro
Alheio, alhures no imaginário
Como uma imagem
Que me inaugurava na estranheza.
Eu era uma representação
Uma ficção dialética
De uma realidade oblíqua
Como um espelho na areia
Inverso pelo medo de ficar cego
Pela máscara do descaramento
Invertida pela ilusão de ser
Uma pergunta gargalhada sem resposta.