O INVERSO CEGO

Tomei o meu corpo por outro

Alheio, alhures no imaginário

Como uma imagem

Que me inaugurava na estranheza.

Eu era uma representação

Uma ficção dialética

De uma realidade oblíqua

Como um espelho na areia

Inverso pelo medo de ficar cego

Pela máscara do descaramento

Invertida pela ilusão de ser

Uma pergunta gargalhada sem resposta.

Fernando Febá
Enviado por Fernando Febá em 01/12/2024
Reeditado em 01/12/2024
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