De nada me esqueci
Quantas saudades eu sinto,
Do meu pequeno cajueiro,
Lá por detrás do quintal,
Junto ao velho mamoeiro,
As cigarras estridentes,
No calor do sol ardente,
Nos galhos do oitizeiro.
Havia um umbuzeiro,
Junto ao pé de jucá,
A pitombeira bem alta,
E um frondoso ingá,
Com duas belas jaqueiras,
Muitos pés de bananeiras,
Sob o vento a soprar.
Eu me punha a caminhar,
Em direção ao barreiro,
As ararutas plantadas,
Das flores exalavam o cheiro,
Tinha o cará não me toque
Ao tocar fazia proque,
O chão era o paradeiro.
Para o meu desespero,
A minha mãe me chamava,
Volta pra casa menino,
A escola me esperava,
Arreava o meu cavalo,
Almoçar sem intervalo,
Sob a cela eu galopava.
Enquanto o tempo voava,
Muito rápido se passou,
A infância e adolescência,
A juventude chegou,
Trabalhei para o porvir,
Por isso estou aqui,
A inquietude não faltou.
Rio, 14/05/2023
Feitosa dos santos