Biblioteca, tabernáculo dos saberes
Valeria Gurgel
Sou Pronto Socorro das enfermidades desconhecidas Tesouro guardado dos remédios da alma, receptáculo de emoções sentidas
Cartório de registros das inspirações dos mortais
Sou hospedeira daquilo que o mundo viveu.
Olhos impressos do que a vida não viu, uma farmácia com bulas de indicação de cápsulas vocálicas e exclamações diluídas.
Biblioteca, um cenário de papel, ou simplesmente casa contada
Para aqueles que almejam o conhecimento e desejam, entre vírgulas e interrogações, o aprendizado.
“Aspas” em negrito para a mestra sabedoria.
Sou “Biblion e Theca” vindas do grego e dos primórdios de uma era
Dos primeiros registros impressos da Bíblia, por Gutemberg.
Guardo diversos contos bem contados amores revelados no calor da poesia
O mundo dentro de um livro, uma ilustração cravada na capa
A história da vida enciclopedista.
Hospedo pessoas simples e celebres nesse paraíso de histórias que bailam no papel
E autores diversos disputam um lugar nesse céu.
Sou aconchego bem alojado dos escritores, dos simplórios aos mais conceituados
Ainda que não sejam observados, lidos, folheados, compreendidos,
identificados ou bem interpretados.
Títulos renomados buscam sobreviver em meio à ignorância pagã do conhecimento universal
Dos destaques nas prateleiras da informatização dos rebuscados aos anônimos ou independentes.
Vitrines terapêuticas nos convidam a saltar, abrir os olhos e admirar essa farmácia, emblemático cenário de papel
Absorver a essência curativa das letras, sentar e se deliciar, não ver o tempo passar
Curar almas doentias por desconhecimentos e, por tudo isso, seguirei sendo esse relicário
De registros dos autores de hoje e do passado, como mostruário cognitivo de cada imaginação.
MINHA HOMENAGEM PELA REABERTURA DA BIBLIOTECA MUNICIPAL DE NOVA LIMA