O pássaro inquieto

Tô voando alto porque quero me perder

Quanto mais alto fica melhor para esquecer

Distancio minha mente pra tentar sobreviver

Um pássaro distante, lágrimas a escorrer

Pago com a alma todo esse meu sofrer

Toda a dor que sinto eu fiz por merecer

Definhando pouco a pouco no anoitecer

Voando veloz tentando compreender

Vejo a correnteza rápida a suceder

A calmaria instável do meu adoecer

A cura escapa pelo meu desflorescer

Ritmada em tom brilhante ao me ver desfalecer

Minha alma dispara até encandecer

Cansa de apenas sob o sol ensandecer

Saio da atmosfera para me entorpecer

Caio desmaiado para me surpreender

Durante a queda sinto meu revivescer

Com o peso da morte começo a transcender

Já não há mais tempo para retroceder

O fim é o sentido que deve prevalecer.