Fantasmas do medo
Os meus fantasmas já não são os mesmos
De dez anos e poucos atrás
Esses pesadelos que me dissolviam
Eu já não os ouço mais
O medo que me constrange(constrangia)
Agora são pequenos ratos
Fétidos
Encolhidos e desgastados
No corpo desses pequenos animais
Ainda sou humano
Tenho outras questões para resolver
Mas em vista de tudo que me paralisa
Sem esse "tudo"
Eu não tenho mais nada a perder
Quem tem coragem de assumir
Que ponha à prova os seus fracassos
No inescrutável de seus ideais
Esses medos fatalizados
Corrompem quem somos
Antes que possamos ser
Ditam as regras
Sempre tentando nos convencer
Mas veja bem
Os meus fantasmas já não são os mesmos
De dez anos e poucos atrás
Eu sou tão louco em assumir
Me assumir
Que tenho novos medos
Nesses novos anos proximais
Essa mania que tenho
Em querer gastar minha covardia
Em não enfrentar a loucura dos fantasmas
Nem sempre irreais (são meus)