Insônia

Na expansão, um breu sombrio

veio desagasalhar a minha alma,

Deixando-a carente e com frio,

como uma criança abandonada.

No estrondoso silêncio do crepúsculo,

Vulnerável, sinto-me a pele arrepiar.

Ao deitar sobre o leito imáculo,

Os pensamentos insistem a vagar.

Vagam pelas memórias em segundos,

Reabrindo feridas já cicatrizadas,

E como ondas do mar num dia turvo,

Me afogam em angustias aprazadas.

O coração acelera e perde o compasso,

Diminuindo a oxigenação necessária.

Do presente ao passado me transpasso,

Numa tentativa de solução ordinária.

Os músculos cansados pedem arrego,

Mas a mente alerta quer conversar.

O inconsciente tentando o desapego,

Enquanto o tempo não hesita ao passar.

Daniela Borges Brunaikovics
Enviado por Daniela Borges Brunaikovics em 06/11/2021
Código do texto: T7379706
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