Sacanagens Permitidas pelo Idioma
Tanto acima, quanto embaixo...
Doido Decreto desacreditado,
Decrépito depreciado,
Doído descrédito.
A fome, necessariamente,
não é representada pelo semblante,
mas, a cara da desilusão,
É certamente.
Eu ando perdendo dinheiro,
Dinheiro,
Eu ando perdendo;
No entanto,
Por saber que só perde quem tem,
Minha mente,
Pela perda de dinheiro,
Não se apoquenta.
Amor solidário: ninguém perde o que não possui.
Tanto acima,
quanto embaixo,
Aliam-se à felicidade,
Singela poesia,
Tradução visceral,
Escrita em rimas.
Tanto os que estão em cima,
Quanto os que estão por baixo,
Saia pela porta de emergência,
Porque por escada,
Serás incinerado,
Pelo sedentarismo,
Vagareza contida no embaraço.
Vá praticar esportes indolente / vagabundo,
De preferência,
Malhar a enxada em solo árido,
E à humanidade,
Ser útil,
Essencial;
Daí,
Amarás e defenderás o seu coração,
Antes que o psicólogo,
O psiquiatra e o cardiologista,
Ame seu bolso.
Impossível não haver uma fresta,
Uma ínfima fresta lubrificada,
Que a luz da lâmpada,
Sol da madrugada,
Não dê passagem.
Acima,
Milimetricamente,
Centralizada no meio,
Ou embaixo,
Onde,
Aos trancos e barrancos,
Eu a rosqueio,
Ou sob sussurros e delírios,
Humildemente,
Eu a encaixo?
Sacanagens Permitidas pelo idioma,
Louvemos e glorifiquemos,
A santa Incorrompível Libertinagem;
Pois sendo Ela,
O passaporte da nacionalidade brasileira,
Exclui o mundo,
Incluindo o Vaticano em Roma.