Fala dos dias PERD (IDOS)
Nesta manhã de chuva, aqui
percebo que a vida
não tem mais mensagem
para mim, para você.
Penso em coisas fúteis,
coisas cinzentas demais
que conversamos.
As emoções já
não crispam o teu corpo
roto de vivências duras.
Percebo que em
tuas velhas lembranças
as sensibilidades
quedaram-se, exaustas,
porque a experiência
esclerosa. E você
meu esmaecido amor,
simplesmente constatas,
como um mecanismo
automático.
Que na chuva desta manhã,
quando a vida não
nos diz mais nada,
sorris, porque não sabes,
porque o pó dos mortos
vindos com as águas
viciou nossos sentidos
já não podemos
juntar os vazios,
os nadas
e do nada,
criar redes, juntar
pensamentos sadios.
Criarmos algo novo
mesmo com o avesso
molhado até a alma.
T@CITO/XANADU