ODE

Para o sul, para o sul, ouso pensar, mas calo.

Ao pano das bandeiras com que aclamo

A chegada do abraço.

Para o sul, para o sul, ouso pensar não falo.

Onde flores, preparam, doido sonho que embalo,

Onde flores coroam, para alguém que não chamo

Rosas que florescem quando clamo.

Tremendo, numa esfera de sombra, lembra

Uma bruta beleza, um coração de sangue

Trancado em jaula imaginada, lembra

Um noturno botão rubro velado nos fios

Da teia do inconsciente, aranha, pulsa

Memorial estremecer de um mar, fenômeno e poema,

Numa esfera de sombra, pétalo intenso,

Marejado e problema.

T@CITO/XANADU

Paulo Tácito
Enviado por Paulo Tácito em 24/03/2020
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