Caminhos
A água que vem volta para o mar
e a mente nem sente o tempo passar
Assim passam os dias, passam as noites
e passam os passos que a mente plantou
Há uma luz que se acende no fim de um túnel
Há um túnel esculpido no meio das pedras
e há a vida deixando marcas no chão
Há passos que ficam e há outros que vão
A mente enxerga o mundo, do jeito que pensa
e joga sementes que nascem ou morrem
que secam ou crescem, se caem
sobre as pedras ou no fundo do mar
No fundo, o fundo do mar é profundo
e o que nasce depois não se pode pescar
Me lembra, a mente, de todos os peixes
que buscam a isca e se perdem no mar
Há um mundo na mente e há um céu bem azul
Há um sol amarelo e há uma nuvem nos olhos
Há vida nos olhos e há vida na mente
que vê a semente de novo brotar
E brota o novo que enxerga os passos
cravados na mente, esquecidos no tempo
e jogados ao vento, na beira do mar
Há o mar, a semente
e a mente colhendo o que pôde plantar
A mente colhendo
e a semente brotando no fundo do mar
Há passos que ficam e há outros que vão...