Caminhos

A água que vem volta para o mar

e a mente nem sente o tempo passar

Assim passam os dias, passam as noites

e passam os passos que a mente plantou

Há uma luz que se acende no fim de um túnel

Há um túnel esculpido no meio das pedras

e há a vida deixando marcas no chão

Há passos que ficam e há outros que vão

A mente enxerga o mundo, do jeito que pensa

e joga sementes que nascem ou morrem

que secam ou crescem, se caem

sobre as pedras ou no fundo do mar

No fundo, o fundo do mar é profundo

e o que nasce depois não se pode pescar

Me lembra, a mente, de todos os peixes

que buscam a isca e se perdem no mar

Há um mundo na mente e há um céu bem azul

Há um sol amarelo e há uma nuvem nos olhos

Há vida nos olhos e há vida na mente

que vê a semente de novo brotar

E brota o novo que enxerga os passos

cravados na mente, esquecidos no tempo

e jogados ao vento, na beira do mar

Há o mar, a semente

e a mente colhendo o que pôde plantar

A mente colhendo

e a semente brotando no fundo do mar

Há passos que ficam e há outros que vão...

Ana Campos
Enviado por Ana Campos em 14/12/2019
Reeditado em 03/10/2021
Código do texto: T6819103
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