NADA é nada...
Os pensamentos vêm, como vagas
E se movem intensamente na mente
Como ondas gigantes, nesse mar
Que revolto, medita, a pensar
A necessidade de escrever está aqui
Colocar no papel os sentimentos
Que vem em lembranças de diversos tempos
Do agora e dos tempos de outros momentos
Vejo as dores sentidas a passarem
As feridas, já cicatrizadas, como a se abrirem
E nesse navegar das ondas mentais
Vejo as ideias indo e vindo, sem se fixarem
Me comovo pelas dores da humanidade
Mesmo sabendo que colhemos o que plantamos
Sofro quando vejo os sofrimentos em andamento
E meu coração, partido, chora em mim, por dentro
As raivas acontecidas das convivências sentidas
Se dissipam nessa complacência que em mim surge
Em desejos de contribuir para as virtudes
Que nos libertem dos sofrimentos dessas dores
Não folgo com as dores alheias. Nem com as minhas.
E nesse vagar de pensamentos que me surgem
Me vejo impotente diante das ilicitudes vividas
Que trazem as nossas vidas as dores das feridas
Ah! Queria poder dar um abraço, fazer uma carícia
Dizer que tudo vai ficar bem; que as coisas se resolvem;
Mas não posso... então venho aqui; e lendo,
Então as ideias começam a se concatenar e tecer
Mesmo assim, é com uma espécie de esforço
Que não flui mui voluntariamente; vejo que forço
Forço essa necessidade de vencer as vagas
Dos pensamentos vários que surgem como ondas
Então escrevo; escrevo; escrevo....
E parece que estou a dizer nada...
Neste meu nadar em vento sussurrante,
Nesse meu mundo sombrio de tempestade...