As Luzes da Cidade

O Morro que se levanta contra o horizente é iluminado por singulares pontos brilhantes. Forma um padrão traquilizador à apreciação, enquanto a cidade veste seu manto noturno e cada luz clama cintilante como a representação da vida que se faz presente.

Se cada lâmpada da cidade representa uma vida dentre aquelas que a habitam, então a vida de certo modo se manifesta ao anoitecer. A vida na cidade se inicia quando todos estão quietos dormindo e somente as luzes falam por si. Porque, de sonhos são feitas as noites e cada janela acesa abriga um destes que podem ser sonhos calmos ou obscuros. Sonhos com desejo ou amor, ou cheios de realização.

Porém os sinos tocam com o nascer do sol ofuscante, que abafa as vozes das ínfimas luzes e estas finalmente se apagam. Diante deste astro mais potente são ofuscadas e diante do desejo sucumbem, assim como diante do amor se perdem e diante da claridade morrem.

Lá se vão os doces sonhos dando lugar a mais um dia árduo. Porém, o dia insiste em dar trégua para que possam brevemete retornar. E novamente, uma a uma aquelas luzes em trepidação cálida, à sua maneira são os sonhos que despertam mais uma vez.