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intervenção codinome ela
que ora se revela
a alguns engabela
do jeito torto só dela
Estado com cara na gamela
Cidade nas rédeas de um Crivela
tensão chegando de cela
força armada exige cautela
muita conversa do tipo mela mela
treme-se com a presença de quem por nós zela
tanto embrolho e chorumela 
povo aguardando na cancela
medo de ditadura, grade e cela

só que algo precisa mudar

não dá para fugir de barco à vela
vale ler A Cidadela
pensar em Mandela
lembrar de foco e favela
tremular sobre a pirandela
qual a escolha certa esta ou aquela
ouvir quem se queixa ou aquele que apela
com súbita mazela, alguém se rebela
farto de tanto lhe empurrarem pela goela
grade,  púlpito,  palanque, palco,  capela
aliança parda que se sela
chuva alagando o Rio do asfalto à favela
na expectativa que assaz se revela
o povo alerta apertando a  fivela
se escondendo na viela
procurando emprego, batendo canela
esquecendo no Carnaval do fundo de panela 
nos olhos, cansaço, fé e remela
só acendendo vela
para se achar que a vida é bela

 
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 22/02/2018
Reeditado em 24/02/2018
Código do texto: T6260898
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