A MORTE É O FIM DE TUDO

Nascemos, morremos e depois nada.

Há quem julgue sua vida reencarnada,

Por um dá cá aquela coisa, hábitos

De séculos, que nos torna estrábicos.

A morte tira e não devolve, é inteiriça.

E se acaso fogo ou enxofre nos atiça,

Nos últimos suspiros, é para que não

Esqueçamos que a vida é uma suposição.

Nada nos salva aqui, em chegando

A hora, e, até mesmo prevaricando,

Todos são iguais em chegando a hora,

E a morte acenando, nunca demora.

A morte é definitiva, não somos nem luz

Nem reencarnação, e se isto bem seduz,

É porque eles não sabem nem pensam,

Que a vida é um estado em que adensam

A curiosidade e o misticismo romanesco,

Proliferando a fantasia e o incesto,

Fazendo de nós bonecos de lama,

E nem temos direito à nossa própria cama.

Jesus disse: ergue-te e caminha! como,

Se a morte já foi certeza; não há tomo

Que valha, para justificar tal disparate,

Mais parecendo revista de escaparate.

Jorge Humberto

19/08/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 21/08/2007
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