A Lei da selva

Entre montes as estradas curvas

Precipícios e contornos da Lei

Enfrentando as curvas e valas

Por caminhos espinhosos andei

Aos pés bichos, leões e dragões.

Raposas loucas, insanas a rosnar

Asnos destruidores das razões

Águia formosa, o grito a entoar.

Já sonolentos e sem noção

Rompe a aurora os saruês

Faunas da inteira perdição

Uivos e manhãs do meu ser

Grande e linda águia a revoar

Atenta, nobre e altaneira

Abutre das alturas a contemplar

Cobra venenosa e rasteira

Coelhos e preás a vaguear

Caças que alimentam feras

Leões de chácaras a campear

Entre matas, planícies e serras

A lei da selva a vigorar

O fraco alimento do forte

Matas ralas a denunciar

Bichos entregues a sorte.