Caminhos

Caminhos

Me peguei numa encruzilhada,

Depois de chafurdar na gloria da boemia,

Respirei ares novos, encontrando musas novas a cada olhar perdido nos vagões da vida,

Descobri na miséria o amor.

Na solidão compartilhada, me vi crescendo e aprendendo com tudo,

Virei amado, comprometido, deixei de ser o lobo solitário.

Me notei sendo marido, amante, amigo fiel, confidente,

Pai de uma filha que não é sanguínea.

Me redescobri e vi meus conflitos,

Pérolas afundadas dentro de mim,

Me dividindo numa guerra que a anos não passo.

Metade de mim ainda quer aquela vida libertina que sempre neguei,

A outra quer tocar essa vida na mansidão do banho-maria.

Me pego tendo desejos e anseios que ousei deixar no passado,

E tendo outros mil desejos de novo patriarca.

Não sei para onde seguir, não me lembro onde que me perdi,

Em qual esquina virei que me fez esquecer meu caminho,

Abandonei a escrita, metade de minha vida, me arrependo muitas vezes,

Entretanto, em outras dou a benção de uma vida nova que me vem bater a porta.

Não sei para onde vou, muito menos pra onde devo correr.

Cada dia mais perdido num mar de fúria e angustia,

Afogado em marés de amor,

Vou tentando levar essa vida nova,

Que insiste em deixar um gosto de salitre no céu da boca.

Queria voltar no tempo em que era apenas mais um perdido como sempre fui,

Mas ao menos sabia qual caminho seguir…

Minari
Enviado por Minari em 11/08/2016
Reeditado em 24/02/2023
Código do texto: T5725013
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