Apresentação

Quer saber quem sou?

Troque de olhos

Eu sou algo que não se vê

sufocada por uma massa armada de vulnerabilidade

E estou voando

O voo é pra ser metáfora de livre

mas sinto os pés tão presos

como se tivesse que lutar com cordas

ainda que nas nuvens

(reduzidas a nuvens

porque vemos apenas nuvens)

Eu sei lá

Mas já que me chamam de poesia

mesmo sufocada em padrões poéticos

com genética revestida de DNAs estéticos

impedida de saltar por mim

coagida a experimentar a morte

a vida desvivida

a dor do aprazível

com limites nas janelas

preocupada em agradar

perfumada e doce

minha experimentação de coisa coagida se resume ao ilusório

ao sintético do ser

E agora que não rimo

E que pontuo quase nada

Não me acham elegante

nem atraente

nem verdadeira

só que sem mérito

é que choca a nudez do meu ser

a nudez que não se vê

choca nascer nua

e o cheiro do sangue

da placenta rompida

choca nascer viva

fora de um frasco de conservas

Tai Sant Ollem
Enviado por Tai Sant Ollem em 04/08/2016
Reeditado em 04/08/2016
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