Brota uma semente
Falando de amor,
Nada ocupa o meu ermo
Como se o meu caminho fosse feito de vento,
Meus passos limitados,
Meus rastros melancólicos
E essa ânsia de explicar-me,
Se atropela nos defeitos,
Nos gritos desfeitos,
Na música sem dono
E nos passos não sei como.
A mão se perpetua
Nos desvãos da minha terra.
Tudo encerra
O não poder, nem ser,
Muito menos o haver,
Das possibilidades.
A mentira torta
A verdade morta.
Só a fome de Deus me importa.
E tateando na escuridão
Nasce uma canção,
Nos eflúvios de um tempo
Que ficou dentro de mim,
E assim...
Desde a primeira sílaba
Brotou a semente
Que se fez presente,
Quase sempre
Amando hoje, como quando.
Às vezes, desperto sonhando.
O sonho vira anarquia
E de mim
Fica longe a poesia
Mas, a treva morre,
Nasce o dia.
E uma rosa é vista sobre o caos.
A contextura do sonho,
Apalpa a esperança.
Tudo se acalma e segue.
E quando o beijo do céu
Alcança o fundo
A palma da minha mão
Sustenta o mundo.