Eu me duvido
As vezes escondo-me
Atrás de uma imaginária insignificância
De um medo incessante da inexistência
De uma insegurança que fez morada desde a infância
É como um amanhecer nublado
Sorrir de máscara
Na caixa de lápis coloridos
Escolher o cinza
Bater continência para o que lhe é imposto
Dizer sim, querendo dizer não
Dizer não, querendo dizer sim
É dormir e não sonhar
É como refrigerante diet
Jogar bola na infância, sem os pés descalços
Fingir que ama
Amar quem finge
É não completar o álbum de figurinhas
Se ver num quadro de desaparecidos na TV
Olhar-se sempre com dúvida
Sem reconhecer quem realmente é você