Eu me duvido

As vezes escondo-me

Atrás de uma imaginária insignificância

De um medo incessante da inexistência

De uma insegurança que fez morada desde a infância

É como um amanhecer nublado

Sorrir de máscara

Na caixa de lápis coloridos

Escolher o cinza

Bater continência para o que lhe é imposto

Dizer sim, querendo dizer não

Dizer não, querendo dizer sim

É dormir e não sonhar

É como refrigerante diet

Jogar bola na infância, sem os pés descalços

Fingir que ama

Amar quem finge

É não completar o álbum de figurinhas

Se ver num quadro de desaparecidos na TV

Olhar-se sempre com dúvida

Sem reconhecer quem realmente é você

Paulo Moraes
Enviado por Paulo Moraes em 20/03/2015
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