Não morre a poesia!
Disseram-me "A poesia já não vive!"
Vive a moeda - acaba ou revive?
Tudo o que é material
Existe mais que a poesia?
Pode valsar a ser melodia!
A poesia, senhores enganados,
Não morre! - poetas são despreocupados
Com essa falácia, são desapegados
De um simples consumo
Que tacham na vida.
Se escreve só para vender,
Não escreve por escrever;
Se diz que não existe,
Não vê como persiste! -
No mundo tudo é poesia,
Se cessar, cessa a magia.
As estrelas quando brilham lá no céu,
As águas que caindo formam um véu,
O Universo que exala a natureza
O mistério, o vazio, a incerteza...
Tudo, tudo
Tudo pode em poesia!
Não há limite
Que desfaça a maestria!
Se surta a alma
A poesia vem e acalma;
Se vem o delírio
A poesia traz o lírio!
Descolore colorindo
Soprando ou cuspindo,
Caindo ou subindo,
Chorando ou sorrindo.
A poesia não é obrigatória
Nem todos enxergam a sua glória
O ar mesmo ignorado é presente
Nem tudo é refletido, mas se sente!
Sinto pela afirmação de discordar
É o poder de defender o que amar
Mas se morresse no mundo a poesia
A canção nunca mais existiria.