Sillencius

No silêncio deslumbrado,

o silêncio é outro:

é pasmo, e ninguém boceja.

No silêncio camuflado,

o silêncio é atuado:

é ensaiado, e ninguém percebe.

No silêncio acostumado,

o silêncio é encostado:

é esquecido, e ninguém se lembra.

No silêncio amargurado,

o silêncio é atordoado:

é árduo, e ninguém acredita.

No silêncio desse poema,

o silêncio é algo:

é grito, e ninguém escuta.

Duino Shackal
Enviado por Duino Shackal em 20/05/2013
Código do texto: T4300726
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