Sillencius
No silêncio deslumbrado,
o silêncio é outro:
é pasmo, e ninguém boceja.
No silêncio camuflado,
o silêncio é atuado:
é ensaiado, e ninguém percebe.
No silêncio acostumado,
o silêncio é encostado:
é esquecido, e ninguém se lembra.
No silêncio amargurado,
o silêncio é atordoado:
é árduo, e ninguém acredita.
No silêncio desse poema,
o silêncio é algo:
é grito, e ninguém escuta.