VIDA DUPLA

Ninguém me conhece por dentro

Posso ser tudo que sou por fora,

Mas é tudo que vocês podem ver.

Por dentro sou outra

Outra é a minha essência

Por isso vago perdida, solitária

Tentando me encontrar

Mas não achei ninguém igual a mim

Para eu me agrupar.

No início vivia sozinha

Mas aprendi a teatrar

Agora ando em grupos, sempre acompanhada

Mas ainda estou sozinha, ainda não sou eu.

Aquela que vocês veem por ai ainda não sou eu.

Queria mostrar-me como sou

Mas como sou incomodo

Pois ainda não há quem seja como eu

Não gostam nem compreendem o meu vocabulário

As palavras que digo soam para algumas como latim

Das minhas leituras não gostam, nem ao menos gostam de leituras

Dizem não aos discursos, aos debates,

Aos imponentes sensos críticos que promovem mudanças.

Não gostam das minhas conversas

Não é que não gosto das delas,

Também gosto

Mas gosto de algo a mais

Que me preenche que me completa

Que realmente revela quem eu sou

Embora não ame a superficialidade

Muitas vezes somente nela posso ficar

Até que encontre, para meu prazer, papel e caneta

Ou meu amado netbook,

Para ali despejar quem realmente sou.

Marta Almeida
Enviado por Marta Almeida em 10/05/2013
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