Tempo Clandestino

O tempo e as horas...

São meus inimigos mais constantes,

Não sei o que faço agora...

Permaneço assim ou vou adiante?

Ah tempo... Somente o tempo...

Poderá curar minhas memórias,

Se eu pudesse ao menos no relento

Lembrar apenas de minhas vitórias.

Oh tempo ingrato

Dei-te tudo e me deu nada,

Tu és como a besta do mato

Que devora e sai calada.

E nem mesmo a serpente

Consegue desvendar teus mistérios,

Pois de tão decadente

Enterrará-me um dia no cemitério.

És somente tu que me afrontas...

Tu, meu tempo que ainda sobra,

Minh’inspiração que conta

Na poesia que é mais uma triste obra.

Leticia de Faria Trindade
Enviado por Leticia de Faria Trindade em 15/04/2013
Código do texto: T4242744
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