O que há
Estou a mostrar o que há em mim.
O que vaza todos os dias pelos dedos
e como serpentes rastejam para o fim.
O fim da folha, o fim de mim.
O fim que chega como um ponto,
curto ou longo aos gritos assim:
- Eu sou tão viva quanto o sol que queima,
sou tão pura quanto à água que cura.
Sou da terra, do vento, do mesmo,
sou a amargura que sua alma expulsa.
Hora ou outra, não sei o que há em mim
quiçá o que transborda
pro fim.