A mais retórica relação corpo-alma
I:
Este corpo,
Que a arte tão bem sustenta,
Cumpre sua meta até com as obras mais tristes.
E quando parece vir a melancolia,
Esta certamente não é.
É um vazio inexplicável
Que nem a arte mais abstrata retrata.
Com essa pobreza sensorial
A mente mais nada deseja,
Caindo no que não se pode nomear.
Nem de abismo.
II:
Essa mente
Desajeitada pelo corpo,
Que tão bem cumpriu sua razão de ser
Ao interpretar as belas artes,
Também falta para com elas.
Esquecidas e até mesmo não criadas,
Tanto luta o corpo ainda
Nessa esperança de encontrá-las.
Para que se tenha ainda a mente
Um incentivo a estudá-las.