INQUIETAÇÃO
Ouço lamúrias, vozes, gritos, alaridos...
No meu pensar introspecto,
Não sei o que faz sentido,
Pois entre olhares sofridos
Vislumbro belos sorrisos!
Os espinhos ferem, sangram...
Mas, oh, Deus:
Como pode as belas rosas
- indiferentes às intempéries –
Florescerem entre abrolhos?
Intriga-me a evolução dos seres:
Por que a felicidade de alguns
Depende de holocaustos de outros?
Por que a poesia me inunda
E me inquieta os sentidos?
Já não sei se vivo em mim,
Ou como penumbra triste,
Divisando as folhagens,
Sou um fantoche perdido
Na ilusão dos meus pensares.